Entrevista por: Renato Sanson
Sarcasmo, irreverência e Metal Extremo. Uma
combinação explosiva e polemica, esse é o Pile of Corpses, que chega para
incomodar e jogar tudo que há de mais podre na cara da sociedade, mas claro com
um certo “humor”, que deixa os fãs mais fieis do estilo com certo “receio”.
Confira nossa entrevista com o baixista da
banda Alexandre Chefe, que fala dessa polemica toda em volta do grupo, como de
seu disco de estreia "For Sex, for violence, for alcohol", cena
nacional e muito mais.
Confira agora mesmo:
Heavy And Hell: O POC soa bem polemico,
“incomodando” até mesmo o fã mais cascudo. Como surgiu a idéia de soar
instigante e sarcástico ao mesmo tempo?
R. Da forma mais natural possível. No começo da banda não
tínhamos ainda a nossa personalidade sonora e lírica formada e daí compomos
musicas brutais e até de crítica social como muitas bandas de thrash e death
fazem. Mas quem nos conhece sabe que somos caras que curtem beber e falar
besteira então fazer música sobre algo diferente disso para nós seria forçar a
barra, afinal tocamos porque gostamos de tocar, logo vamos falar do que
gostamos e isso sempre envolve o que está ali no título deste último álbum.
HAH: Vocês lançaram recentemente "For
Sex, for violence, for alcohol" sendo que o disco é dividido em duas
partes, “Extreme Masturbation” e “Extreme Violence”, conte-nos mais sobre este
conceito?
R. Chegamos a pensar em fazer um álbum apenas com músicas que envolviam
o tema sexo. Mas pensamos melhor e achamos que seria besteira jogar as demais
composições, que não tinham essa temática, fora dessa gravação... Daí veio à
ideia de promover a divisão, até lembrando os tempos antigos de LP (lado A e
lado B). Assim jogamos toda a putaria no começo e toda a brutalidade no final.
HAH: As letras de "For Sex, for
violence, for alcohol" certamente é um dos pontos altos do álbum, um misto
de sarcasmo e realidade social. Como funciona o modo de composição da banda?
R. Normalmente as letras partem de uma história real que
ouvimos por aí e que damos uma brutalizada e polemizada (risos) como a história
da Hymen Collector que foi baseada numa história de adolescente de um moleque
que descabaçou uma garota e depois nunca mais ligou pra ela... A menina furiosa
o chamou de “colecionador de himens”. Quando ouvimos essa história pensamos
imediatamente em fazer algo com esse título dado ao sujeito (risos).
Recentemente o tema pornográfico tem nos inspirado mais – não
sei por que já que não somos mais adolescentes que passam metade do dia no
banheiro (risos) – e felizmente essa escolha tem gerado grande polêmica até de
forma surpreendente, sinceramente achei que o público underground e de sons
mais pesados não ligasse tanto para questões ligadas a sexo, mas não é o que
temos percebido!
Leia nossa resenha AQUI |
HAH: E referente a shows, como o público
tem recebido o POC ao vivo?
R. Muito bem, felizmente nunca tivemos nenhum problema ao vivo,
apesar do nosso perfil ser mais sarcástico e não aquele visual sério e tal. Nunca
tivemos nenhum problema de receptividade por parte dos bangers, o que é muito
bom, pois não gostaríamos e não mudaríamos nossa forma de ser para agradar
alguém, isso não seria honesto da nossa parte e eu acredito que o underground
não aceita poses e afins. Por isso mantemos nossa pegada tanto nas composições
como ao vivo, queremos estar ali da forma que somos e não querendo ser algo
diferente.
HAH: Uma curiosidade, qual a origem do nome
Piles of Corpses?
R. O nome foi criado quando eu era moleque e ficava vendo
filmes de guerra e sempre depois das batalhas ficavam aquelas pilhas de corpos
apodrecendo... Na época achei que era uma imagem bastante brutal para o
objetivo do som da banda.
HAH: O underground nacional tem revelado
grandes bandas, desta nova safra quais vocês citariam como destaque?
R. Cara isso é foda, pois vou acabar esquecendo varias, mas
vamos lá: Das mais clássicas posso citar Oligarquia, Vulcano, MDK, Morfolk e
Chaoslace. Das que conheci mais recentemente citaria valores como o Tumbero de
Cambuí, Hellmotz de Campo Grande, Imminent Attack, Warsickness, Chaos Synopsis
dentre outras excelentes bandas. Felizmente temos bons talentos no underground
hoje em dia, só falta esse povinho do cover parar de babar ovo pra cópia que
conhecerá grandes valores dentro de casa!
HAH: A sonoridade do POC transita entre o
Death e o Grindcore, com algumas pitadas de Thrash. Três estilos distintos, mas
de extrema violência sonora. Isto foi proposital ou aconteceu acidentalmente?
R. Totalmente proposital. Vem muito das bandas que nos
influencia também, mas a ideia principal quando compomos um som novo é que ela
dê vontade de você abrir uma roda, quebrar tudo, tem que ser violenta e esses
três estilos, principalmente quando misturados, dão essa pegada. No início
chegamos a usar algumas coisas de Black Metal, mas no final não encaixava muito
com o que queremos.
HAH: Para 2015 o que podemos esperar de
vocês?
R. Queremos continuar na estrada, ir para cidades no Brasil que
ainda não tocamos como as regiões sul e norte, nordeste, reforçar ainda mais a
divulgação do POC. Também estamos com contatos para alguns países vizinhos, mas
o foco de 2015 é total em shows. Temos ainda a ideia de fazer um vídeo clip,
mas estamos avaliando a viabilidade quanto ao custo...
HAH: E para finalizar gostaria que falassem
das influencias da banda e o que acham do assunto “bandas que pagam para
tocar”.
R. Gostamos e ouvimos varias bandas, estávamos há alguns dias
atrás indo tocar em Santos com o grande Vulcano e colocamos o som do carro do
batera no Random... Foi de Mayhem a Alice in Chains (risos). Mas se formos
citar não o que ouvimos, mas os sons que usamos como influência real pra compor
ai não irá fugir muito dos grandes nomes do thrash e death metal como Cannibal,
Deicide, Slayer, Kreator, etc...
Quanto a “bandas que pagam para tocar”, esse assunto é bem
comentando no underground, né? Eu curtia quando era só um moleque ingênuo
começando a ouvir metal e achava que a banda que tava lá abrindo pra gringa
fodona estava lá por merecimento, por ter um som legal, se empenhar e etc... Pagar
pra tocar é uma grande merda, a banda acaba aceitando por ser uma forma de
mostrar o som pra grande massa que só vai ver os gringos, mas essa maioria que
vai nos shows dos gringos não vai em underground e dessa forma acredito ser um investimento
que não vale a pena. Prefiro investir essa grana numa melhor divulgação, gravação
e afins. Existe também aquela modalidade de pagar indiretamente, vendendo
ingressos, que acho ainda mais irreal... Se for pra vender ingressos viro organizador
de evento e não músico (risos).
Conheça mais a banda:
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