Por: Renato Sanson
O Nile se tornou uma instituição do Death Metal mundial desde a sua estreia lá no longínquo ano de 1998, onde estreavam com “Amongst the Catacombs of Nephren-Ka” trazendo a tona o Death Metal em sua forma mais extrema mesclado com elementos egípcios.
Transformando sua musica em algo único,
graças ao fascínio histórico do líder e fundador Karl Sanders pelo tema.
Se distanciando daquele lado
blasfemo ou gore, que convenhamos já estava bem batido, o que segue até hoje em
muitas bandas (o que não é problema algum), mas é inegável que os americanos
trouxeram um frescor ao Metal da morte com esse conceito histórico não menos
brutal e impactante.
Ao decorrer de sua discografia o
som foi ficando cada vez mais veloz e brutal e com aprofundamento histórico
cada vez mais afiado. Trazendo aquela sensação de estarmos ouvindo uma
ambientação do Oriente Médio em formato extremo.
Em 2005 com “Annihilation of the Wicked” parecia que o Nile chegava a um teto, seria o seu limite. Mas, os críticos estavam enganados, a partir deste lançamento a banda estabeleceu um novo momento em sua sonoridade, que é regido até os dias de hoje. Porém, o que quero dizer com isso?
Que basta apenas meia nota para
sabermos que é o Nile que está tocando. Os caras conseguiram a proeza de criar
uma personalidade tão própria que mal começa a tocar e você já sabe quem é. Essa
transformação se solidificou justamente em “Annihilation of the Wicked”.
Vindo para os tempos atuais,
tivemos a saída do guitarrista/vocalista Dallas Toler-Wade, que gerou certa
desconfiança dos fãs, mas que, viram o Nile manter suas características em “Vile
Nilotic Rites” e transcender novamente com o novo “The Underworld Awaits Us All”.
O que parecia impossível, mas se tratando dessa máquina criativa chamada Karl Sanders, seria apenas mais um pequeno empecilho a ser superado. Então no novo álbum temos um Nile revigorado, evoluído e ainda mais extremo (ainda que falte aqueles refrões característicos e grudentos, que nos acostumamos ao decorrer da discografia e que foram se distanciando com o tempo, aqui temos alguns refrões reconhecíveis e que revivem esses tempos também áureos).
Mostrando que os limites podem
ser ultrapassados e transformados em uma chuva de riffs e blast beats insanos e
muito bem coordenados. Com vocais gritados e urrados sendo compartilhados e
trazendo aquela sensação de angustia e poder.
Neste lançamento a banda conta com três guitarras, mas que sinceramente não pareceu fazer diferença, já que o Nile sempre teve duas guitarras e bem diversificadas, mas quem sabe a ideia ao vivo funcione melhor.
As ambientações fazem você se sentir
no antigo Egito e parecer sentir o perigo do que estar por vir. De fato
trazendo uma imersão ao ouvinte e despertando aquela curiosidade costumeira: do
que essas letras retratam? E posso te dizer, são verdadeiras aulas de história
sobre o Egito na sua forma mais agressiva e violenta.
A abertura com “Stelae of
Vultures” mostra uma avalanche de riffs e vocais insanos, sem contar o alienígena
George kollias nas baquetas que dispensa qualquer comentário. O músico redefine
o que é tocar Metal extremo a cada lançamento com o Nile.
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