Resenha – Banda: Oceans – Álbum: Happy (2024 – Shinigami Records)

 Por: Renato Sanson

Os alemães do Oceans ainda que voem abaixo do radar para o grande público, lançaram neste ano o seu terceiro álbum de estúdio, sob a tutela de “Happy”.

Mas a abordagem em si de suas letras não são nada felizes e nem o seu instrumental. Que comparado aos trabalhos anteriores aqui soa mais feroz e mais enraizado no Death Metal.

A abordagem lírica do Oceans sempre foi à saúde mental de uma forma mais obscura, em “Happy” seguem o mesmo plano, mas agora de forma bem explicita e mais clara, sem tantas metáforas. Trazendo traumas do âmbito familiar, brigas internas e a duvida de nossa própria capacidade quando estamos em volta de um problema tão grande.

Musicalmente, o Nu Metal se faz presente, mas o Death Metal toma mais a frente como é possível perceber na abertura com “Parasite”.

Em “Spit” temos um inicio mais Nu Metal, mas que descamba para uma pancadaria extrema do mais alto nível. Mesclando ambos os elementos e não soando tão distantes.

O álbum em si transita entre ambos os estilos, com algumas adições de teclados e percussões, que casam com essa proposta inusitada e transformam o Oceans em um ótimo nome do nosso cenário.

A produção é bem sofisticada e cristalina, o que permite ouvir nitidamente cada elemento dessa “salada sonora” que os alemães nos apresentam. Em termos gráficos temos uma arte soturna, nem um pouco “feliz”, com uma capa de um peixe em um aquário sem vida e cada música é representada no encarte por imagens tão impactantes quanto.

“Happy” não é de fácil assimilação, mas traz mais o Death Metal como pano de fundo do que outras influências. O que me agradou bastante, mas é notável que os demais elementos casam muito bem com sua proposta.


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