Resenha por: Renato Sanson
Ainda que a cultura nipônica não seja tão presente em nossas filosofias e pouco temos acesso a acervos tão ricos, quando surge algo que remete a estas belas histórias e ensinamentos me chama a atenção logo de cara. Ibaraki, um terrível demônio japonês dos tempos feudais.
Esse foi o nome escolhido para o projeto
de Metal Extremo do líder do Trivium Matthew Heafy. Tendo sua origem japonesa –
nascido em Iwakuni, no ano de 1986 – Matt revisita suas origens novamente – já tendo
feito algo parecido com o Trivium no álbum “Shogun” (08) – mas de uma maneira
mais aprofundada.
“Rashomon” traz o pano de fundo
do Metal Extremo e suas vertentes, mas aliado a temas melancólicos e facetas progressivas,
deixando a sonoridade bem peculiar e variada. Já que, as composições em si são
longas e transmitem diferentes emoções assim como estruturas complexas.
O álbum conta ainda com a
participação das lendas: Ihsahn (Emperor) e Nergal (Behemoth). Além do
vocalista Gerard Way do My Chemical Romance. Seus companheiros de Trivium
também se fazem presentes: Alex Bent ficou a cargo da bateria do disco, com o
guitarrista Corey participando em diversas faixas e o baixista Paolo marcando
presença na faixa “Kagutsuchi”.
A progressividade e alternância entre
vocais guturais e limpos deixam a ambientação de “Rashomon” muito atrativa e
imponente, ainda mais com as orquestrações que algumas faixas apresentam ao
fundo. A melancolia e beleza se entrelaçam também e trazem ainda mais
grandiosidade as composições. Que se demonstram densas, violentas e catastróficas.
A produção realizada por Ihsahn
tendo a mixagem de Jens Borgen deixou tudo ainda mais monumental. Com todos os
detalhes aflorados e muito peso. Mas mantendo o equilíbrio com as partes mais
amenas. Não sobrepondo nenhum dos pontos.
Musicalmente e liricamente
inteligente, enigmático e visceral. Um projeto que vinha se desenvolvendo há
anos e que ganha vida e nos impressiona por tamanha qualidade.
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