Khorium: A Plenos Pulmões (2023)

 Resenha por: Renato Sanson

Extremamente explicito e destrutivo como o elemento ‘Corium’ dos reatores nucleares, os cariocas do Khorium nos apresentam com exclusividade o seu 4° trabalho de estúdio: “A Plenos Pulmões”.

Para quem não está familiarizado com a banda, o Khorium traz uma mescla muito interessante e intensa de Groove, RAP e elementos metálicos que deixam sua musicalidade ímpar. Regado a letras em língua mãe que escracham a política podre do nosso país e o quanto os governantes ferram com o povo brasileiro e os mesmos seguem adotando ‘políticos’ de estimação.

A abertura com “Monopólio da Violência” traz a vertente mais simples do Khorium, mas eficaz e com uma mensagem sobre toda censura disfarçada em qual vivemos e não nos damos conta.

O que chama a atenção em “A Plenos Pulmões” é a crescente que o álbum vai ganhando no decorrer das faixas, como em “Garrafa, Pano, Diesel, Gasolina” com uma abordagem mais agressiva e ótimos entrelaces entre os fraseados vindos do RAP com guturais. “Indignação Coletiva” já vem numa vibe mais funkeada e as linhas de RAP mais evidentes. A guitarra de Glaydson (além dos vocais) também se destacam, soam simples e coesas trazendo boas variações e melodias interessantes, casando com o baixo-bateria da dupla Clarice e Shalon que dão a tônica mais grooveada e pesada.

Ao decorrer do álbum assim como na abertura, temos alguns discursos políticos de promessas e falas hediondas que farão você refletir sobre essa situação caótica em que vivemos. Tudo brindado a em certos momentos com aquele som triste de sinais vitais desfalecidos nos hospitais de quem chega ao fim de sua jornada.

A produção soa em bom nível, mas poderia ser um pouco mais pesada e na cara. Mas nada que comprometa o resultado final.

Para muitos pode ser indigesto, afrontador e violento. Mas o Khorium não se importa e sua mensagem seguirá viva e potente.


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