Entrevista – Kuazar: Acho importante contar a história da sul américa nas nossas canções, temos que ir contando o que aconteceu aqui para o mundo saber

 Por: Renato Sanson

Músico entrevistado: Jose Maria (vocal/guitarra)

O Kuazar estava um tempo “inativo” se assim posso dizer, porém, agora estão de volta e com uma nova formação. Como está sendo esse momento?

Hola Heavy and Hell, estamos felizes realmente, queremos voltar a tocar e visitar o Brasil como fazíamos antigamente, estivemos trabalhando muito, mas estávamos longe dos amigos e dos fãs, porque era um período de composição de pré-produção e todas as coisas que formam parte de um novo álbum.

Vocês tiveram também em sua formação nesse meio tempo o grande baterista brasileiro Marcelo Moreira, chegando a gravar um Single para o vindouro novo álbum. Mas não durou muito tempo. O que se deve a isso?

Moreira não só foi baterista, mas também fez a produção artística do álbum. Foi bem interessante trabalhar com ele, ele tendo bastante experiência aportou bastante em coisas que foram aplicadas na composição. O Moreira teve que deixar a banda por problemas de agenda, ele mora longe e tem vários projetos, quando a banda começou a ter mais atividades tipo fotos e clipes, a gente teve que fazer o que pessoas inteligentes fazem, falar e entender as limitações de cada um. Então ele se focou no Marmor e eu no Kuazar.

Voltando para 2023 o Kuazar retorna revigorado o que já podemos perceber no Single “Machete che pope (Acosta ñu)”, cantado em espanhol. Queria que comentassem sobre a temática dessa música em si e seu ponto de inspiração.

“Machete che pope...” teve uma aceitação grande e voltamos a aparecer em sites de toda a sul américa, foi bem legal ver isso, a música é cantada em guarani e também em castelhano, e a letra fala sobre o momento mais brutal da guerra da tríplice alianza. A batalha de acosta ñu, onde crianças foram massacradas e logo queimadas vivas no campo de batalha.

Acho importante contar a história da sul américa nas nossas canções, temos que ir contando o que aconteceu aqui para o mundo saber, o que fez que a gente seja o que somos. 

Inclusive, “Machete che pope (Acosta ñu)” tem gerado muitas polêmicas, certo?

Sim, muitos programas de TV e jornais pegaram o fato da banda estar tocando num santuário católico e tiraram de contexto, falando que a gente fez isso só para causar ou porque somos satânicos (risos). Na verdade, a igreja que aparece no clipe é protagonista material da história, porque frente a esa igreja foi levado a frente o massacre da cidade de Piribebuy onde o conde D’eu deu ordem de decapitar todos os sobreviventes da cidade e também mandou queimar o hospital, ou seja, esse é um lugar histórico importante para o relato do clipe.

“Silence” o mais recente Single também aborda um tema delicado. O suicídio e depressão. Em um mundo cada vez mais imediatista, adoecemos e nem nos damos conta. Fale mais a respeito sobre “Silence”.

Sim, isso mesmo, a “Silence” é uma música que fala sobre o que acontece com uma pessoa que não procura ajuda quando está num pico depressivo, eu mesmo já vivi a experiência de estar em depressão e foi o que me levou a escrever essa letra, mas obviamente eu extrapolei e imaginei como seria se uma pessoa toma essa determinação de se matar, acho que o metal é isso mesmo, a gente fala coisas que outras pessoas ou outros gêneros musicais não falam. Eu gosto de trazer esa responsabilidade para cima quando as letras estão sendo escritas. Nem tudo é cor de rosas e isto é normal, temos que saber disso e enfrentar essas realidades. 

Musicalmente podemos perceber um Kuazar mais maduro e com uma musicalidade variada e com bons toques modernos. Mas sem descaracterizar o Thrash Metal técnico praticado em outrora. Esse será o direcionamento do novo álbum?

Sim, é bem isso mesmo, eu particularmente adoro o som do thrash clássico, mas sempre fui fã do som um poco mais moderno dos anos 2000. Acho que até no primeiro álbum do Kuazar a gente já estava avisando isso (risos).

Falando em novo disco, temos já uma previsão de lançamento?

Sim!! O álbum vai ser lançado no dia 9 de junho!

A ideia de cantar em espanhol caiu muito bem a banda, teremos mais dessas surpresas daqui em diante?

Na real a gente canta em algo que se chama JOPARA que quer dizer MISTURA em guarani, porque o Kuazar mistura guarani e castelhano quando fazemos letras do tipo ... e sim, é bem natural para a gente fazer isso, porque todos nós falamos guarani e castelhano de maneira bastante fluída.

Capa do novo álbum que sai no dia 09/06 com exclusividade

Lembro quando conheci o Kuazar através do grande Maicon Leite da Wargodspress e o trabalho de formiguinha que fizemos para relançar o Debut “Wrath of God” no Brasil! Quais lembranças você tem daquele momento?

Vixe, tenho saudades! Eu percebi quando lançamos “Machete....” que tinha muita gente esperando e eu fiquei muito feliz, e até um poco emocionado! realmente a conexão que a gente tinha com os amigos do Brasil foi sempre forte, tanto e que o Kuazar tinha mais shows no Brasil que no próprio Paraguay em um período de tempo. O Maicon é um grande amigo e sinto saudades da galera.

Jose, gostaria de te agradecer pelo tempo cedido e por essa amizade e parceria que já temos a muitos anos. Sou um grande fã do Kuazar e me sinto orgulhoso de ter ajudado a lançar um disco da banda em solo brasileiro. O espaço final é seu e sigam levando a bandeira do Heavy Metal mundo a fora!

Obrigado meu brother! Sim, você sempre nos acompanhou e sempre abriu as portas recebendo informações e nos ajudando a divulgar a banda!



 


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