Por: Renato Sanson
Impactante, pesado e destrutivo. Como o próprio cometa Apophis. Ou o próprio “deus” egípcio Apófis. Rei da escuridão e caos.
Em volta desta temática mística e
cósmica, temos o segundo álbum dos ingleses do As The World Dies, sob a tutela
de “Nebula”. O Death Metal aqui vai além e expande de forma mórbida com todo o
peso e passagens mais climáticas, que flertam com o progressivo.
Os blast beats dão espaço ao peso
descomunal da cadencia, guiado por riffs compactos e brutos. Mas lapidados de
uma forma única. Como se cada faixa fosse à trilha sonora de um mundo que já
está em plena destruição.
Se pensarmos friamente como estão
às coisas no planeta Terra, cai muito bem essa temática autodestrutiva e uma
trilha sonora que só embala as nossas péssimas escolhas.
A banda é capitaneada pelo
experiente guitarrista Scott Fairfax (Memoriam, ex-Massacre), trazendo um
emaranhado de riffs, que ao meio da simplicidade, trazem toda uma classe sonora
e uma áurea obscura. Sendo o carro chefe do álbum.
Entrelaçados por momentos mais climáticos
e progressivos, com cada musico trazendo sua técnica apurada, mas sem destoar
do principal objetivo: metal da morte.
Os vocais também merecem uma menção, pois Jay Price varia muito bem a sua voz entre momentos mais soturnos e um gutural bem entendível e característico. Trazendo um clima de horror a cada faixa, a cada variação.
Acompanhando muito bem a dinâmica
arrastada de “Nebula” e deixando uma simbiose perfeita entre os músicos.
Algumas ambientações em samplers
também se fazem presentes, mas que em nada compromete o resultado. Deixando as
composições ainda mais fortes. Em termos de produção, temos um muro de peso,
aliado a limpidez dos instrumentos. Uma masterização que deixou o som bem na
cara e cada detalhe pode ser percebido e apreciado.
A arte é caótica e deixa claro a
sua intenção, o final dos tempos e a culpa é toda nossa.
Um álbum surpreendente, que não
se apega a velocidade, mas sim ao peso e a construção climática de cada faixa.
Fazendo o ouvinte imergir em sua tempestade apocalíptica. Altamente
recomendado!
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