Resenha – Banda: As The World Dies – Álbum: Nebula (2025 – Shinigami Records)

 Por: Renato Sanson

Impactante, pesado e destrutivo. Como o próprio cometa Apophis. Ou o próprio “deus” egípcio Apófis. Rei da escuridão e caos.

Em volta desta temática mística e cósmica, temos o segundo álbum dos ingleses do As The World Dies, sob a tutela de “Nebula”. O Death Metal aqui vai além e expande de forma mórbida com todo o peso e passagens mais climáticas, que flertam com o progressivo.

Os blast beats dão espaço ao peso descomunal da cadencia, guiado por riffs compactos e brutos. Mas lapidados de uma forma única. Como se cada faixa fosse à trilha sonora de um mundo que já está em plena destruição.

Se pensarmos friamente como estão às coisas no planeta Terra, cai muito bem essa temática autodestrutiva e uma trilha sonora que só embala as nossas péssimas escolhas.

A banda é capitaneada pelo experiente guitarrista Scott Fairfax (Memoriam, ex-Massacre), trazendo um emaranhado de riffs, que ao meio da simplicidade, trazem toda uma classe sonora e uma áurea obscura. Sendo o carro chefe do álbum.

Entrelaçados por momentos mais climáticos e progressivos, com cada musico trazendo sua técnica apurada, mas sem destoar do principal objetivo: metal da morte.

Os vocais também merecem uma menção, pois Jay Price varia muito bem a sua voz entre momentos mais soturnos e um gutural bem entendível e característico. Trazendo um clima de horror a cada faixa, a cada variação.

Acompanhando muito bem a dinâmica arrastada de “Nebula” e deixando uma simbiose perfeita entre os músicos.

Algumas ambientações em samplers também se fazem presentes, mas que em nada compromete o resultado. Deixando as composições ainda mais fortes. Em termos de produção, temos um muro de peso, aliado a limpidez dos instrumentos. Uma masterização que deixou o som bem na cara e cada detalhe pode ser percebido e apreciado.

A arte é caótica e deixa claro a sua intenção, o final dos tempos e a culpa é toda nossa.

Um álbum surpreendente, que não se apega a velocidade, mas sim ao peso e a construção climática de cada faixa. Fazendo o ouvinte imergir em sua tempestade apocalíptica. Altamente recomendado!

 

 


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