Resenha – Banda: Vader – Álbum: Black to the Blind (Shinigami Records – Relançamento 2025)

Por: Renato Sanson

O duo inicial da carreira dos poloneses do Vader é irreparável. Simplesmente perfeito! Death Metal em sua essência e aquelas leves pitadas de Thrash que deixam o som ainda mais peculiar e brutal.

Mas muitos se esquecem do também clássico “Black to the Blind” de 97 e terceiro álbum do grupo, trazendo a ferocidade do Death Metal, mas com um pé mais ligado ao Thrash em alguns momentos.

Isso deixa o álbum descaracterizado ou ruim? Muito pelo contrário, apresenta um Vader mais maduro e o que teríamos do futuro da banda em diante. De uma forma muito coesa e visceral.

Nesta época Peter contava com o seu fiel escudeiro Doc na bateria, e os demais músicos, que apesar de estarem creditados no encarte não gravaram o mesmo, apenas executando ao vivo as linhas criadas pela mente incessante de Peter.

Isso mostra quanto o mesmo já era um gênio do Metal extremo e levando ao mundo o seu estilo único de criar riffs e solos infernais, assim como linhas de baixo que seguiam com fidelidade a destruição rítmica que Doc trazia.

Criando um verdadeiro caos sonoro (no bom sentido) e uma aula de riffs, blast beats e quebras de tempo absolutamente insanas.

A abertura com “Heading For Internal Darkness” mostra o lado Thrash mais latente e até mesmo mais cadenciado até certo ponto. Mas não menos agressiva e rápida.

Mas se você estranhou a falta dos blast beats, tudo bem, “The Innermost Ambience” e “Carnal” trazem de volta o “velho” Vader e suas transições velozes e endiabradas. Com linhas de baterias fenomenais. Sem contar os solos alucinados de Peter e a sua diversificação para riffs monstruosos.

O álbum em si transcorre entre a ferocidade e velocidade do Death Metal e os momentos mais brutais e mid time do Thrash. Em uma aliança perfeita e profana.

Esta edição é um relançamento exclusivo da Shinigami Records remasterizado e com encarte completo, com letras e fotos da época. Sem contar o belo layout e capa que embalam este clássico do Death Metal mundial.

A remasterização deixou os instrumentos mais vivos e a bateria menos seca e com mais peso, o que faz percebermos cada detalhe das linhas criadas por Krzysztof “Doc” Raczkowski. Falecido em 2005.

Sem duvidas, um dos melhores trabalhos do musico e um dos melhores no quesito bateria extrema. Diversificação, técnica e muito feeling.

“Black to the Blind” é tão clássico quanto os dois primeiros álbuns do Vader. Se ainda não conhece a escola polonesa, indico iniciar por esse petardo! 


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