Por: Renato Sanson
Como já falei várias vezes por aqui, supergrupos me causam arrepios de medo, pois nem sempre grandes estrelas reunidas fazem algo satisfatório. Mas sempre temos aqueles nomes que fogem (ainda que poucos) a regra.
O Scour é um deles e contando com
um time estelar: Phil Anselmo (Pantera) nos vocais, Derek Engemann (ex-Cattle
Decapitation) e Mark Kloeppel (Misery Index) nas guitarras, John Jarvis
(Agoraphobic Nosebleed) no baixo e Adam Jarvis (Pig Destroyer). Temos o debut “Gold”.
Black Metal enraizado nas
vertentes norueguesas. Com muito peso e brutalidade. Frio, agressivo e sem
rodeios.
Os riffs cortam como o gelo e
soam bem diversificados e característicos do estilo. Dando a tônica do trabalho
que soa com vocais incríveis de Anselmo, que ouvindo sem saber que é o mesmo,
jamais imaginaríamos. Os guturais insanos, aliado a screams matadores, que
lembram bastante o auge do Black Metal noventista.
O álbum já abre no 220 com “Cross” e soa sem misericórdia aos ouvidos e seus blast beats ferozes. A ideia é não soar polido, mas sim violento e “Insusorium” com seus toques de Grind chega a outro nível de violência. Parecendo que em “Coin” (que conta com a participação especial de Gary Holt do Exodus) e seu inicio mais ameno, teríamos um pé no freio, mas que não dura trinta segundos e descamba para a ode ao caos, aos blast beats e aos urros.
“Invoke” e “Gold” soam na mesma
pegada, mas com alguns momentos mais cadenciados, mas que se entrelaçam a
brutalidade e homenageiam aqueles tempos sombrios do Black Metal.
Dizer que “Gold” não é um disco
fantástico seria heresia. Não é nada de novo, nada que você fã de Metal extremo
já não ouviu, mas é muito bem feito, com cada lacuna bem cuidada e não soando
um enlatado caça níquel.
A produção soa crua, mas bem
polida. O que deixa o peso bem aparente e podemos perceber cada detalhe das
composições. É como se fosse um tributo ao passado, mas sem soar plastificado.
O Scour veio para fazer barulho e
ganhar muitos adeptos a sua sonoridade extrema. Um álbum que pode facilmente
estar entre os melhores de 2025. Fãs do Black Metal norueguês assim como eu,
ouçam e surpreendam-se.
Ouvidos sensíveis passem longe,
pois eles sangrarão!
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