- Olá Nilmon. Obrigado pelo seu tempo em meio a correia das atividades com a KILLRAPE. Logo de cara, tomei um susto com o lançamento do álbum “Corrosive Master”, em devoção ao Metal underground. O que deu na cabeça de vocês para gravarem algo com esse direcionamento?
Fico feliz pelo impacto do álbum! Estou cansado das bandas que tentam emular o que deu certo nos anos 1980 como Metallica, Slayer, Anthrax e Megadeth. O que passou, passou! E ficar preso na onda “Djent” também não dá mais! O som do Killrape é uma mistura de tudo que realmente me causou impacto na minha formação musical: de Bathory e Slayer até música clássica e os álbuns dos anos 2000 do Machine Head. Temos velocidade, agressividade com melodia e passagens bem épicas. Como a própria faixa-título de 15 min.
- Como funciona o processo de composição da banda? Acredito que seja algo mais orgânico e intimista, com todos os músicos fazendo jams em estúdio, estou certo?
É bem centralizado. Eu componho toda a parte instrumental e, uma vez satisfeito, passo para meu irmão comentar e, se ele também estiver satisfeito, ele escreve a letra e faz a métrica que quiser. As primeiras composições eram realmente assim, eu e ele escrevendo e compondo juntos. Mas, depois de adultos, cada um, da sua própria casa, vai gravando na pré-produção. Temos total confiança no modo de criação de um e do outro. E sintonia no produto final que imaginamos.
- Todas as faixas trazem homogeneidade em termos de qualidade e maturidade musical. Como os fãs da banda têm reagido ao disco?
Muitos comentários positivos. Tenho ouvido muito que “eu gostava dos anteriores mas esse álbum está realmente diferenciado”. É bem isso: o “Corrosive Master” tem muito de tudo que queremos para o som do Killrape. É um prog-thrash, talvez. Mas é objetivo e coerente. Eu, realmente, estou muito orgulhoso do produto final.
- A banda pretende lançar algo no formato físico no futuro, já que fazem parte de uma grande gravadora na atualidade? Queria muito poder ouvir um álbum novo de vocês nesses moldes…
Lançamos o “Corrosive Master” de maneira física, com uma tiragem limitadíssima e independente, pelo meu selo chamado “Zombie One Records”. E, em junho, colocamos nas lojas de todo o Brasil com a distribuição da renomada “Voice Music”. A ideia é lançar os seguintes da melhor maneira que podemos.
- “Corrosive Master” é um álbum que me identifiquei bastante! Você pode nos contar como foi o seu processo de composição?
Usei riffs que guardamos desde o final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Usamos a faixa que encerra o álbum chamada “Fuck till death” que já existia desde 1995. A ideia da “Corrosive Master” ser uma grande viagem e contar a história de domínio absoluto do nosso personagem, o filho de Satanás, também era velha. Mas músicas como Rising Storm e Cypher foram completamente novas. A “Age of Hatred” eu mudei um pouco em relação à versão original que eu tinha composto para uma banda com amigos em meados dos anos 1990. Toda a parte vocal foi criada do zero pelo Rodson. Mas o álbum está pronto desde 2012. Demoramos muito para ficar satisfeitos com o resultado. Valeu a pena!
- Como está a banda no âmbito dos shows? A agenda de vocês costuma ser cheia? A aceitação está sendo positiva por parte da imprensa e fãs com relação ao trabalho ao vivo?
Não temos feito shows. Montamos uma banda esse ano para poder marcar e cumprir uma agenda de shows. Mas ainda não posso divulgar muita informação sobre. Nossos shows sempre tiveram excelente aceitação. Muitos fãs vieram depois desse contato com o som ao vivo, com certeza.
- “Corrosive Master” tem uma arte de capa muito legal. Quem a produziu e o que vocês querem dizer com ela?
Para a capa, escolhemos uma imagem que atravessou séculos: um recorte da pintura criada no século XV pelo artista italiano Giovanni de Modena, na Basílica de São Petrônio. Nessa obra, conhecida por retratar o Inferno de Dante, cada detalhe revela cenas impactantes – entre elas, a representação de Maomé sendo devorado por demônios. Além de sua força visual, a pintura carrega uma história marcada por controvérsias religiosas. Essa atmosfera de confronto entre Céu e Inferno dialoga perfeitamente com algumas das letras do Killrape. No encarte do álbum físico, exploramos ainda mais essa arte, utilizando outros trechos cheios de detalhes. Ter um encarte bem trabalhado e com significado é algo muito importante para nós. No Killrape, nada é por acaso: tudo é pensado e repensado com cuidado.
- Quando a banda está em estúdio, vocês costumam trabalhar com um produtor externo ou preferem se auto produzir?
Desde o “Corrosive Master” posso afirmar: vamos produzir do início ao fim qualquer registro do Killrape. Só a gente sabe exatamente o que queremos. Os timbres e a dinâmica estão bem claros para nós e, hoje em dia, há tecnologia para chegarmos lá nós mesmos.
- Quais os planos para o ano de 2025 com a KILLRAPE? Sinceramente torço para mais shows e um novo álbum completo.
O Killrape está de volta das trevas com um ataque sonoro implacável: um EP forjado para cuspir fogo em quem achou que o silêncio seria eterno. “Corrosive Reincarnation… Reborn in Hell” reúne relíquias obscuras – gravações cruas de shows do passado, arrancadas de velhas fitas cassete – e novas faixas registradas em 2025 com a formação atual. É a podridão do passado colidindo com a fúria do presente. Esse lançamento não é apenas um retorno: é a reencarnação corrosiva do Killrape, mais blasfemo e brutal do que nunca. As últimas mixagens estão sendo finalizadas, e quando esse material for liberado, vai incendiar tudo. Prepare-se: o inferno está reaberto!
- Novamente parabéns pelo trabalho ao lado do KILLRAPE... Agora é o momento das considerações finais de vocês...
Fico muito feliz de ter esse espaço para contar mais detalhes sobre o nosso trabalho com o Killrape. É um orgulho poder compartilhar com todo mundo o que criamos com o máximo de dedicação e sinceridade. Fiquem ligados e até breve!
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