Entrevista: Adna Melan - A Delicadeza da Música Gótica com o Requinte da Musicista Brasileira

 

- Olá Adna. Obrigado pelo seu tempo em meio a correia das atividades com seu trabalho solo. Logo de cara, tomei um susto com o lançamento do Single “Lie”, em total imersão ao Gothic Rock. O que deu na cabeça de vocês para gravarem algo com esse direcionamento?

Eu que agradeço a oportunidade. Eu diria que o projeto já foi pensado com essa identidade desde o início, pelos temas abordados, pela estética e pelas influências musicais, apesar disso se destacar mais em algumas composições do que em outras, acredito que por não termos a preocupação em seguir regras e padrões, e pelo processo criativo acontecer de forma mais natural e com cada um que participa trazendo suas próprias influências musicais.

- Como funciona o processo de composição da banda? Acredito que seja algo mais orgânico e intimista, com todos os músicos fazendo jams em estúdio, estou certo?

O processo de composição é orgânico, mas a idealização e composição inicial é feita por mim. Começo a escrever a letra, que vem na minha mente já com melodia. E as demais ideias sobre como quero que a música soe, e ideias para a harmonia vão surgindo. Eu vou desenvolvendo essas ideias até ficar satisfeita, gravo uma demo e envio para o produtor, que contribui com a composição, aprimorando e compondo outras linhas de instrumentos. Os demais músicos compõem com base nessa gravação inicial feita em estúdio com o produtor. Algumas ideias surgem no estúdio também, durante a gravação.

- A faixa traz homogeneidade em termos de qualidade e maturidade musical. Como os fãs da banda têm reagido ao material?

Obrigada. O single tem tido um retorno positivo por parte dos fãs, tem sido gratificante.

- A banda pretende lançar algo no formato físico no futuro, já que fazem parte de uma grande gravadora na atualidade? Queria muito poder ouvir um álbum novo de vocês nestes moldes novamente...

É sempre bom ouvir isso, obrigada. Como até agora lançamos apenas singles, focamos no formato digital. Mas pretendemos considerar sim o formato físico no lançamento do primeiro álbum.

- “Lie” é um Single que me identifiquei bastante! Você pode nos contar como foi o seu processo de composição?

Fico feliz que gostou! Eu escrevi a letra de “Lie” em fevereiro de 2024, e alguns meses depois eu estava relendo algumas letras que escrevi na época e essa me chamou mais atenção. Quando escrevo as letras, é algo bem automático, simplesmente surge e eu anoto ou gravo um áudio. E naquele momento eu fiquei pensando sobre, mas somente após um certo tempo consegui entender, ver sentido no que escrevi. Como se escrever a letra da música tivesse sido o início da percepção de alguns sentimentos que iriam se intensificar apenas algum tempo depois. Fiquei com a melodia na cabeça e aos poucos foram surgindo ideias, como a atmosfera no início, com poucos instrumentos, a guitarra no pré-refrão entrando e desaparecendo quando começo a cantar, os vocais de apoio, efeitos. Inicialmente fui para o piano, e depois para a guitarra, e desenvolvi o que estava na minha cabeça. Foi uma experiência diferente porque, na época, eu tinha acabado de comprar uma guitarra e estava praticando por apenas 4 meses. E mesmo não sendo nada complexo, no início é como se seus dedos não estivessem acostumados. Continuei praticando todos os dias por mais 2 meses até me sentir mais segura com o instrumento, o que foi algo bem motivador, e então gravei uma demo com todas as ideias de instrumentos e vocais e enviei para o produtor. Ele estruturou a música, aprimorou minha composição e criou outras linhas de instrumentos. E assim, desenvolvemos uma nova versão juntos, que foi posteriormente gravada em estúdio.

- Como está a banda no âmbito dos shows? A agenda de vocês costuma ser cheia? A aceitação está sendo positiva por parte da imprensa e fãs com relação ao trabalho ao vivo?

Infelizmente não estamos fazendo shows no momento, então ainda não tivemos esse feedback.

- “Lie” tem uma arte de capa muito legal, com sua foto estampada nela. Quem a produziu e o que vocês querem dizer com ela?

Obrigada! Eu gosto muito de fotografia e edição de imagem, então eu produzo as artes de capa, pensando em trazer sempre um ar de melancolia, que é uma das características do projeto. Para “Lie” eu quis voltar a apresentar uma capa com a minha imagem, e a foto foi tirada pela minha irmã durante o ensaio fotográfico no dia da gravação do clipe. O conceito pensado para o vídeo foi trazer uma dualidade entre o preto, representando conflitos internos e dor, e o branco, representando esperança e desejo de cura. As rosas representam fragilidade e efemeridade. Acredito que a foto representa, de uma forma poética, sentimentos presentes no single, reforçando o aspecto de introspecção e solidão.

- Quando a banda está em estúdio, vocês costumam trabalhar com um produtor externo ou preferem se auto produzir?

As composições são sempre produzidas inicialmente por mim em conjunto com o produtor musical, que ajuda na estruturação e no processo criativo do single, e também está presente durante os dias de gravação de voz e banda, somando com sugestões pertinentes, além de ser o responsável por toda pós-produção.

- Quais os planos para o ano de 2025 com a ADNA MELAN? Sinceramente torço para mais shows e um novo álbum completo...

Obrigada! Com certeza tanto lançar o primeiro álbum quanto iniciar as apresentações ao vivo seriam grandes experiências. Esse ano o foco está sendo na promoção do novo single, mas também estou escrevendo novas músicas, então posso dizer que já temos algo em processo de criação.

- Novamente parabéns pelo trabalho com seu projeto solo... Agora é o momento das considerações finais de vocês... 

Muito obrigada, e obrigada novamente pelo espaço cedido. Espero que tenham gostado de saber um pouco mais sobre o projeto e o novo single.

 

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