Resenha por: Renato Sanson
Extremamente explicito e
destrutivo como o elemento ‘Corium’ dos reatores nucleares, os cariocas do
Khorium nos apresentam com exclusividade o seu 4° trabalho de estúdio: “A
Plenos Pulmões”.
Para quem não está familiarizado
com a banda, o Khorium traz uma mescla muito interessante e intensa de Groove, RAP
e elementos metálicos que deixam sua musicalidade ímpar. Regado a letras em língua
mãe que escracham a política podre do nosso país e o quanto os governantes
ferram com o povo brasileiro e os mesmos seguem adotando ‘políticos’ de
estimação.
A abertura com “Monopólio da Violência”
traz a vertente mais simples do Khorium, mas eficaz e com uma mensagem sobre
toda censura disfarçada em qual vivemos e não nos damos conta.
O que chama a atenção em “A
Plenos Pulmões” é a crescente que o álbum vai ganhando no decorrer das faixas,
como em “Garrafa, Pano, Diesel, Gasolina” com uma abordagem mais agressiva e
ótimos entrelaces entre os fraseados vindos do RAP com guturais. “Indignação
Coletiva” já vem numa vibe mais funkeada e as linhas de RAP mais evidentes. A
guitarra de Glaydson (além dos vocais) também se destacam, soam simples e coesas
trazendo boas variações e melodias interessantes, casando com o baixo-bateria da
dupla Clarice e Shalon que dão a tônica mais grooveada e pesada.
Ao decorrer do álbum assim como
na abertura, temos alguns discursos políticos de promessas e falas hediondas que
farão você refletir sobre essa situação caótica em que vivemos. Tudo brindado a
em certos momentos com aquele som triste de sinais vitais desfalecidos nos hospitais
de quem chega ao fim de sua jornada.
A produção soa em bom nível, mas
poderia ser um pouco mais pesada e na cara. Mas nada que comprometa o resultado
final.
Para muitos pode ser indigesto,
afrontador e violento. Mas o Khorium não se importa e sua mensagem seguirá viva
e potente.
Sensacional!
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