Resenha – Banda: Warshipper – Álbum: Essential Morphine (2023)

Por: Renato Sanson

O Warshipper é daquelas bandas de talento e sonoridade ímpar. Mesmo que tenham a faceta do Death Metal como base, sua sonoridade vai muito além.

Após o excelente “ Barren...” (20) muita expectativa e curiosidade se deu para o novo lançamento, já que, não seria uma tarefa fácil lançar um sucessor devido a qualidade apresentada em outrora.

É aí que os paulistanos mostram o seu poder e sim “Essential Morphine” não se compara a “Barren...” e vem em uma outra pegada. Claro, com o Death Metal presente, mas com outras peculiaridades que transformam o seu som em algo muito particular.

“Religious Metastasis” já mostra na abertura essa diferença, com um início tribal que descamba para uma chuva de riffs insanos em uma levada mais cadenciada e não menos envolvente. Tendo melodias presentes e riffs marcantes. Em “Migrating Through Personality Spectra” temos um início mais old school que volta a chuva de riffs e seu mid time, cheio de variações e uma surpresa inesperada e incrivelmente fantástica, pois ao meio de toda a agressividade temos um solo de saxofone lindíssimo executado por Theo Queiroz. Mostrando toda a versatilidade composicional e sem medo de ousar.

Porém as surpresas não param por aí e “Morphine” vem ao meio do caos com uma pegada sombria, progressiva e rica em elementos. Isso é um diferencial em “Essential Morphine” que traz saxofone, baixo frestless, violão de 12 cordas e teclados. Tudo isso se encaixando perfeitamente a musicalidade e originalidade que apresentam. Além de vocais limpos que surgem que não descaracterizam, mas sim somam. 

Ao meio do disco temos dois covers: “The Night of Unholy Archangel“ do Zoltar, clássica banda de Death Metal onde o baixista Rodolfo Nekathor era vocalista também e “The Twin of Icon” de outra banda clássica nacional os thrashers do ByWar, onde Renan era vocalista e guitarrista. Covers esses que ficaram incríveis e com a cara do Warshipper.

Antes do bônus track temos o épico “Magnificent Insignificance” e seus mais de oito minutos de muito Death Metal, variações e momentos marcantes. Sem deixar o clima baixar e soando magnifica.

Um lançamento sensacional e que deixa “Essential Morphine” como um dos grandes álbuns de 2023. Vale destacar ainda a excelente produção sonora que fazem as caixas de som tremerem com uma qualidade absurda e uma parte gráfica belíssima e cheia de referências e detalhes que permeiam os nossos pensamentos nebulosos e confusos.

Não tem erro, apenas ouça!


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