Entrevista – Warshipper: “[...]temos incorporado novos elementos à nossa musicalidade desde o primeiro álbum”

Por: Renato Sanson

Músico entrevistado: Renan Roveran (guitarra/vocal)


Como se deu o processo de criação de “Essential Morphine”?

“Essential Morphine” foi um álbum concebido durante a pandemia. Estávamos impossibilitados de tocar para divulgar o seu predecessor, “Barren...”, então trabalhamos para construir nosso próprio estúdio e focar em ensaio e composições, para que a banda não ficasse parada. Tivemos tempo para trabalhar nos detalhes do álbum e aproveitar ao máximo o processo criativo de todos na banda.

Entre “Barren...” e  o novo álbum, quais as mudanças adotadas para a projeção do mesmo?

Este tempo para trabalhar com calma em detalhes é a principal característica, quando comparamos um álbum com o outro.

O processo de composição do “Barren...”, assim como toda sua pré-produção e posterior gravação, ocorreram em curto espaço de tempo, além do fato de estarmos dividindo o foco com o preparo para nossa primeira turnê na Europa, que ocorreu em 2019.

Além disso, do ponto de vista lírico, “Barren...” aborda um olhar nosso para a sociedade, enquanto o “Essential Morphine” trás mais um olhar para dentro de nós mesmos. Consequência, obviamente, da pandemia.

Theo Queiroz inicialmente entrou para substituir o guitarrista Rafael Oliveira. Que depois acabou retornando a banda e Theo assumiu as baquetas. Mas para “Essential Morphine” Queiroz trouxe toda uma variedade musical, desde Saxofone a violão de doze cordas. Conte-nos mais a respeito desta inserção.

Já conhecíamos e tínhamos amizade com o Theo. Sabíamos deste seu talento e versatilidade musical e aproveitamos isso para enriquecer o trabalho da banda, assim como para dar espaço para que ele se sentisse rapidamente parte fundamental do grupo. Não queríamos que ele se limitasse simplesmente pelo fato de ser um “recém” chegado, considerando o grande potencial que possui. Usamos desta estratégia e funcionou, pois ele rapidamente desempenhou grande entrega para com o funcionamento da banda. Todos ganhamos com isso.

Esse é um dos pontos que chamam a atenção no novo trabalho, essa diversificação sonora trazendo elementos variados ao Death Metal que já os consolidou. Isso foi proposital?

Sim e não (risos). Na verdade, temos incorporado novos elementos à nossa musicalidade desde o primeiro álbum, “Worshippers of Doom”. Isso apenas se intensificou de um álbum para o outro. Quando você ouve nossa discografia e compara um álbum com o outro, isso se torna altamente perceptível. Desde o primeiro trabalho trouxemos elementos de melodias variadas e outras coisas legais. No segundo disco, o “Black Sun”, trouxemos uma atmosfera mais densa e elementos que podemos chamar de progressivos. O que particularmente gosto muito, dada minha escola musical. Acho que isso se potencializou ainda mais à partir do “Barren...”, pois neste álbum, assim como no “Essential Morphine”, aliás, principalmente neste último, passamos a incorporar de forma mais intensa elementos do background musical de todos da banda. No início os inputs acabavam vindo mais de mim e do Rodolfo. Essa amplificação de ideias e inspirações aumenta as possibilidades e, para nós, trás um resultado muito bom.

A ideia dos dois covers apresentados do ByWar e Zoltar, como surgiu?

O interessante é que a ideia de um novo álbum, que se tornaria o “Essential Morphine”, surgiu destas duas releituras. Nossa intenção era fazer uma homenagem ao nosso passado, uma vez que eu tocava no Bywar e o Rodolfo no Zoltar, ambas bandas do fim dos anos 90 que conquistaram bastante expressividade durante cerca de duas décadas. E ainda são importantes, apesar de não existirem mais. Foram os primeiros sons que trabalhamos para construir o nosso quarto álbum.

Pergunto, pois é notável que ambos constam no tracklist oficial e não como bônus. Mostrando que não são apenas regravações, mas sim encaixes essenciais ao álbum.

Ótima observação (risos). Não as consideramos um cover e sim uma releitura, e não existiria o Warshipper se não fosse a importância de ambas as bandas. Como fomos parte disso, é como se fossem sim músicas do Warshipper, de certa forma.

Recentemente vocês tocaram em um dos maiores festivais de Heavy Metal do país, o conceituado Setembro Negro. Fale-nos sobre está experiência e oportunidade.

Simplesmente fantástico! Uma de nossas grandes metas era participar deste que, na minha opinião, é um dos maiores e mais importantes eventos de música pesada underground no mundo! Ver todas aquelas bandas, bangers do Brasil inteiro e da América Latina, todos juntos celebrando o underground por 4 dias, é impagável. Hail Tumba e Setembro Negro!

Referente aos shows de divulgação de “Essential Morphine” como vocês tem sentido a recepção do público?

Está sendo muito foda! Demais! Estamos em um momento muito bom da banda, com grande entrosamento e realizando importantes apresentações, com excelente resposta sempre. Isso nos deixa muito contentes e com motivação para realizar cada vez mais coisas com o Warshiper.

Para finalizar, gostaria que comentassem os planos futuros e se teremos novidades de som inédito para 2024. Que a chama do Heavy Metal siga acesa e sempre serão bem-vindos ao Heavy And Hell! Muito obrigado \\m//

Gostaria de agradecer ao espaço cedido para poder falar sobre nosso trabalho. Iniciativas como esta são fundamentais para o underground. Já estamos trabalhando em novas composições (nós não paramos rsrsrs) e temos alguns projetos muito interessantes previstos para 2024. Para outubro temos mais uma importante apresentação ao lado do grandioso Scepticflesh, depois iremos nos reservar para poder focar nestes projetos. Alguns importantes eventos do metal estão sendo avaliados e também estamos planejando nosso retorno à Europa em 2024. Em breve teremos novidades para dividir com todos.

 

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