Por: Renato Sanson
Músico entrevistado: Rod Marenna (vocal)
Rod são mais de trinta anos de jornada. Sempre ativo no meio musical até o momento do nascimento da banda Marenna. Como foi para você toda essa luta?
Olá, primeiramente, obrigado pelo
espaço e interesse pelo nosso trabalho, é sempre um prazer compartilhar um
pouco da nossa experiência! Então, acompanhei toda a transição musical que
aconteceu nos últimos 30 anos, grandes bandas surgindo, grandes ícones surgindo
e indo embora, e com isso tudo, muito aprendizado. Comecei lá em 1993 em
Pelotas, interior do RS, onde tive inúmeras bandas e projetos, cantei em corais
universitários, e durante a primeira década até o início dos anos 2000 ainda
engatinhava tanto na parte musical como na parte de business, mas em 2005
lancei meu primeiro trabalho profissional, participei de bandas cover, o que me
deram muito background e em 2014 após descobrir que selos do Japão estavam
comprando alguns CDs de uma banda que tive anteriormente, a Lacross (2007 a
2016), mesmo cantado em português, percebi que minha música e minha voz tinham
espaço no mercado do Rock Melódico mundial.
Desta forma, com poucos recursos
e mais dois parceiros, comecei a produzir os singles em estúdio e os lançar
individualmente. Desde então surgiu o contato com a gravadora Lions Pride
Music, que apostou e juntos lançamos 03 trabalhos até então, (“My Unconditional”
Faith”, “No Regrets” e “Voyager”) e nestes 10 anos, percorremos algumas
capitais do país, como: shows na Argentina, e agora em maio, estaremos indo
comemorar os 10 anos do projeto na Europa, com 06 shows por lá, um projeto que
começou no estúdio, contando com participações especiais, se tornou uma banda, e agora, atravessa
continentes. É um tanto louco pensar nisso, pois quando olho pra trás, percebo
o quanto naveguei pra chegar até aqui, e o quanto ainda tenho pra navegar
rsrsrs.
Olhando de fora da caixa deve
ser gratificante enxergar todo o reconhecimento que a banda Marenna vem
conquistando nesses últimos dez anos, certo?
Com certeza, o reconhecimento é diário, seja nos comentários dos nossos amigos, e apoiadores, seja nos shows, ou no pessoal que compra o nosso merch. É muito gratificante saber que sua música embala a trilha sonora da vida das pessoas.
Falando em lançamentos,
“Voyager” consolidou toda essa batalha e sendo reconhecido como um dos melhores
álbuns de 2022. Conte-nos o processo de criação e divulgação.
Sim, “Voyager” ainda pra mim é o
trabalho mais completo até então, é onde realmente esse time entrou
praticamente juntos na finalização do mesmo. O nosso produtor Mauro Caldart,
foi fundamental, ele captou toda a essência que eu buscava para esse álbum, e
criou ótimos arranjos, bem como, o apoio do Arthur Appel que sempre produz as
minhas gravações de vocais e o Jonas Godoy que é o nosso sexto elemento. Sempre
tira o som que eu busco nas mixagens e masterizações, fora a banda que fez um
trabalho épico, captaram todo o contexto das músicas e suas mensagens e texturas.
Começamos a escrever algumas
musicas Arthur Schavinski e eu, (o nosso baterista em 2019) e logo depois o
Luks Diesel trouxe também algumas ideias e ai fui juntando tudo e amadurecendo
os arranjos. Com estas ideias, e com as minhas também, atravessamos quase dois
anos de pandemia e fizemos tudo à distância, eu gravando guitarras, baterias e
vocais aqui em Caxias do Sul e o resto da banda produzindo em Porto Alegre, mas
conseguimos entregar um trabalho ímpar e bem produzido, mesmo sendo feito praticamente
em home studio.
O processo de lançamento ficou a
cargo da gravadora Lions Pride Music, que distribuiu pra toda Europa, U.S.A e
Asia. Aqui no Brasil, lançamos uma versão nacional pela Classic Metal Records
onde tivemos boas vendas e ótimas reviews nacionais e internacionais, fizemos
uma tour de aproximadamente 20 shows, tocamos ao lado de grandes nomes do Rock
Mundial, então podemos dizer que ainda estamos trabalhando a divulgação deste álbum,
mas em breve devemos ter novidades.
Praticamente dois anos já se
passaram para “Voyager”. Vocês já pensam em algum novo lançamento?
Recentemente lançamos um show no
programa showlivre que virou um álbum ao vivo e estamos prevendo o lançamento
de dois clipes ao vivo, (“Wait” e “Out Of Line”) gravados durante a tour do “Voyager”
em São Paulo no início de 2023. Mas já estamos sim produzindo algumas novas
ideias, e em breve teremos algumas surpresas.
Referente a shows o Marenna
sempre foi muito constante. Tocando por diversas regiões do Brasil e realizando
abertura para artistas históricos. Sendo o mais recente uma das influencias da
banda, os alemães do Scorpions. Como foi este momento para vocês?
Foi mágico e ao mesmo tempo
desafiador! Quando você toca para uma banda tão grande e clássica assim, você
tem que mostrar porque está lá, então o nível de exigência é muito alto. Então
tivemos que lidar com produção, formatação do show, toda negociação,
convencionar os ensaios... pra quem não sabe, eu fico em Caxias do Sul e o
pessoal da banda em Porto Alegre, ou seja, 130km.
Logo, temos uma logística aí, que precisa sempre ser ajustada e organizada, mas no final, deu tudo certo. Éram quase 10 mil almas naquele dia e a galera que não conhecia a banda, se juntou a nós em um único sonoro grito de Marenna, no final, com direito a celulares acesos! Quanto ao show dos alemães foi incrível, uma banda tão longeva fazendo o público vibrar faz a gente ter certeza que queremos estar lá.
Ainda sobre as questões de
shows e turnês. A banda já está trabalhando para tocar fora do país. A ideia é
continuar a divulgação de “Voyager” ou surpresas surgirão?
Sim, estamos agendando uma serie de 6 shows na Europa em maio deste ano e
possíveis datas em países da América do Sul para o segundo semestre, a ideia é
trabalhar ainda a tour “Ten Years After” com músicas de todas as fases, mas com
ênfase no “Voyager”.
Voltando um pouco no passado,
em 2015 o Marenna tocou no concurso para o conceituado festival Sweden Rock
Festival Competition. O quanto essa experiência foi positiva?
Isso aconteceu com o Marenna
tendo 100 dias de vida e com apenas um single lançado. Fomos escolhidos por
júri técnico na primeira fase e logo depois em votação pública mundial. Ficamos
em 9º colocado, faltou pouco hehehe... A experiência fez com que o projeto
crescesse e se auto desafiasse, se tornando uma banda, com integrantes fixos e
buscando parceiros ao longo da jornada. Como pontos positivos, a
profissionalização e o networking foram duas das coisas que nos vimos obrigados
a desenvolver, fazendo com que hoje, possamos caminhar de forma mais pontual e
assertiva.
Musicalmente a veia Hard é
latente, mas não se prendendo só a isto. Tendo influencia de AOR e aquela
pitada do bom e velho Heavy Metal. A ideia não é reinventar a roda, mas
trazendo muita personalidade as composições. Proposital ou é algo natural?
Diria que é uma soma das duas
coisas, eu queria justamente flertar com todos os estilos que tive contato em
minha jornada. Então eu tento trazer tudo que gosto pra dentro das músicas e ao
mesmo tempo, fazer que isso tudo funcione dentro do Hard Rock Melódico, acho
que aí que mora o tempero do nosso trabalho.
Antes de encerrar, gostaria
que nos fala-se em sua opinião as cinco melhores músicas do Marenna em termos
técnicos e sentimentais para você. Aquelas que realmente te tocam e que você
sabe que o fã ira se identificar. Agradeço pela atenção e que o Hard Rock
continue inflamando em suas veias.
Acho que “You Need To Believe”
ainda é uma música muito relevante por ser a primeira música, o início de tudo
e por tudo que ela representa. “Fall In Love Again” é uma daquelas
power-ballads especiais, pois tem ali uma carga de Hard Rock e Country Music
americanos, mas a cereja do bolo é a participação dos irmãos Busic, que
gravaram todos os instrumentos, exceto o solo de guitarra, que foi feito pelo
grande Sasha Z, amigo de longa data.
Cito ainda “Never Surrender” como
um dos singles mais importantes de “No Regrets”, por sua cadencia e pela energia
que permeia esta música nos shows. já em “Pieces Of Tomorrow” temos “Had
Enough” nossa música com maior audiência e aceitação. Uma musica tecnicamente
muito rica em detalhes e arranjos, marcando de vez a transição do som do
Marenna. Finalizando em “Voyager” temos “Breaking The Chains”! Uma música
pesada e melódica que transcende a técnica vocal em alguns momentos e me
desafia muito até hoje para canta-la ao vivo.
Aproveito para agradecer pelo
espaço e pelo apoio, estendo o agradecimento a todos da minha banda, equipe e
ao Som do Darma que vem fazendo um excelente trabalho na gestão dos nossos
shows e nossa comunicação. Um abraço a todos e nos acompanhem em nossas redes!
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