Por: Renato Sanson
É aquela velha história: ter uma banda é um desafio logístico e mental. Pois, se já não basta às péssimas propostas para tocar em lugares em que o deslocamento não compensa, também tem as mudanças de formação que deixa tudo mais difícil. Exemplos temos aos montes.
Mas o Heavy Metal é o que é
graças a essa resiliência que os músicos possuem. Os britânicos do Master's Call
provam isso mais uma vez. Já que, estão na ativa desde 2013 e só agora
trouxeram da escuridão o seu debut.
Incontáveis mudanças de vocalistas
atrasaram esse processo, assim como a pandemia. Deixando “A Journey For The
Damned” engavetado por mais um tempo.
Mas passado o caos e tendo os vocais agora pelo guitarrista John Wilcox (Funeral Throne) o Master's Call nos apresenta um ótimo Black/Death Metal. Com muita influência de Behemoth, mas flertando bastante com o NWOBHM.
As guitarras são muito bem
trabalhadas e recheadas de melodias bem marcantes. Assim como diversos refrões
que grudam, algo difícil para estilos mais extremos. Pode até soar destoante,
mas funcionou bem para as composições.
Temos um lado mais sinfônico e
teatral, com alguns teclados que geram climatizações mais densas e obscuras.
Que em nada diminui a qualidade, mas sim agrega ao meio da brutalidade que nos
apresentam.
A produção do renomado Kristian “Kohle”
Bonifer deixou o trabalho em um bom nível
com tudo bem encaixado e pesado, mas sem esconder as facetas melódicas. Ainda
que a capa denuncie que teríamos uma chuva de blasfêmias ao dar o play, não é
isso que temos em suas letras.
Indo para um lado mais sombrio do
ser humano e o quanto o mesmo se esforça para encontrar a morte de diferentes
maneiras. Não entrelaçando com o clichê cristianismo x satanismo.
Uma excelente banda que mostrou
muita força de vontade para apresentar ao publico sua música. Posso garantir
que valeu a pena e os fãs de Metal extremo e Heavy tradicional certamente irão
apreciar.
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