Por: Renato Sanson
Com produção de Thiago Bianchi e direção vocal de Leandro Caçoilo, o álbum “A War With Myself” chega como um trabalho conceitual que mergulha fundo em conflitos internos, dilemas existenciais e reflexões sobre a luta entre luz e sombra dentro de cada um de nós.
Inspirado por narrativas e personagens do universo de Magic: The Gathering, o disco não é apenas uma coleção de faixas pesadas, mas uma jornada musical que alterna momentos de agressividade crua com passagens melódicas e emocionais, sempre mantendo o ouvinte imerso na atmosfera proposta pela banda.
Logo na faixa-título, “A War With Myself”, a banda abre as portas para um cenário de tensão e catarse, com riffs marcantes, bateria pulsante e vocais que transitam entre a raiva e a melancolia. Seguindo o clima intenso, músicas como “Wrath of God” e “Damnation” entregam peso e energia, evidenciando a versatilidade da Urdza ao mesclar influências do Heavy Metal tradicional, Thrash e até elementos de Groove Metal.
A performance de Heitor Prado nos vocais é sólida e convincente, encontrando o equilíbrio entre interpretação dramática e impacto. O trabalho das guitarras de Hugo do Prado e Rodrigo Adwent mantém o ouvinte preso à narrativa sonora, criando camadas que vão do riff cortante ao solo melódico. O baixo de Cid Costa e a bateria de Danilo Abreu dão sustentação ao peso, ainda que em alguns momentos a produção poderia ter explorado mais a profundidade e o impacto rítmico.
O trabalho de Thiago Bianchi na
produção é criterioso, deixando cada instrumento em seu espaço e garantindo
clareza na mixagem. Já a presença de Leandro Caçoilo na produção vocal é
notável: há cuidado com as dinâmicas, com o alcance e com o equilíbrio entre
agressividade e melodia.
Apesar de pequenos pontos onde o impacto sonoro poderia ser mais encorpado, “A War With Myself” é um álbum que transmite sinceridade e propósito. Ele mostra que a Urdza não está apenas preocupada em soar pesada, mas em contar uma história — e isso é um diferencial importante.
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